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terça-feira, 30 de junho de 2009

Hora extra integra o chamado “risco do negócio”



Salvo exceções que confirmam a regra, o capitalista principalmente em países como o Brasil comporta-se como um daqueles pais moralistas de antigamente (embora ainda existam vários de seus herdeiros por aí): tem um discurso para dentro de casa e outro para a rua.

Liberais na aparência defendem as livres concorrência e iniciativa, mas na surdina (expressão também antiga) beneficiam-se do Estado especialmente na parte financeira, que sempre lhes foi proporcionada pelo tráfico de influência.

Só para estes o chamado “risco do negócio” não faz parte do seu cotidiano, pois cercaram-se por todos os lados a fim de evitá-lo.

A propósito da notícia abaixo veiculada sobre a proposta de aumento no percentual pago pela hora-extra, a reação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apareceu de imediato através de seu presidente, o também deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB de Pernambuco).

Ele criticou a decisão da comissão especial da Câmara dos Deputados afirmando que as micro e pequenas empresas não terão condições de absorver o custo da medida e nem poderão repassar ao consumidor final de seu produto ou serviço prestado.

Este misto de empresário e parlamentar desconsidera o já citado “risco do negócio” que está embutido em toda a iniciativa empresarial, seja de que tamanho for. O deputado Armando Monteiro Neto (cujo sobrenome tem linhagem política em seu estado de origem) sabe perfeitamente que se uma empresa necessita da hora-extra para funcionar então no seu custo obrigatório ela estará presente.

Caso contrário ou o empresário muda a metodologia de funcionamento da sua empresa ou então arca com a hora-extra e a incorpora como um dos seus “insumos”. Repito: todo negócio tem o seu risco, assim como a vida em si mesma.

Há ainda uma outra alternativa: deixar de ser empresário. Aí pelo menos este tipo de risco não fará mais parte da vida deste grupo de cidadãos.

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