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domingo, 26 de abril de 2009

Respeito lado a lado com "os negócios"


A propósito da primeira princesa negra dos estúdios Walt Disney, o diretor de criação desta poderosa empresa de comunicação, John Lasseter, disse ao jornal “The Washington Post” que houve o cuidado de ouvir a comunidade negra estadunidense. “Trabalhamos de perto com muitos líderes da comunidade negra, de todo o país, para assegurar que estamos fazendo algo de que as famílias afro-americanas se sintam orgulhosas”, revelou Lasseter.

O trabalho de criação da história e da personagem principal do desenho animado “A princesa e o sapo”, com lançamento anunciado para 11 de dezembro de 2009 nos Estados Unidos, marca não apenas o aparecimento de uma heroína negra com status de “princesa” – um valor e um símbolo muito importantes em se tratando da produção cinematográfica dos estúdios Disney.

Além do marketing em torno do produto, a preparação deste longa-metragem reafirma que o mundo dos negócios da Mídia deve caminhar ao lado do respeito a todas as culturas e povos que são simultaneamente cidadãos e consumidores.

Exemplo doméstico

Aqui no Brasil, o trabalho desenvolvido pelo Instituto Ethos, sediado em São Paulo, aponta na mesma direção. Esta organização não governamental cuja missão é sensibilizar, mobilizar e ajudar a empresa a administrar seu negócio de modo socialmente responsável.

O Instituto Ethos trabalha com o que chama de responsabilidade social empresarial que vem a ser uma “forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais”, segundo registrado no site da ONG.

Segundo o mais recente levantamento, em 25/04/09, estão associadas ao instituto 1.364 empresas sendo 180 sediadas no estado do Rio de Janeiro, o que representa 13,2% deste total. Em termos de porte, são 284 micros (20,82%), 378 pequenas (27,71%), 252 médias (18,48%) e 450 grandes (32,99%) empresas.

Receita expressiva

A expectativa da Disney é que “A princesa e o sapo” gere uma arrecadação (incluindo a bilheteria nos cinemas) recorde não apenas nos Estados Unidos, mas em especial nos países onde a presença da população negra é expressiva, com o Brasil sendo um destaque neste grupo. Isso sem falar nos produtos vinculados, sendo o carro-chefe deles a imagem da princesa Tiana.

Para se ter uma idéia da força deste tipo de produto, a empresa Disney faturou US $ 4 bilhões ano passado com a linha de produtos de moda, desenho e decoração fabricados pela indústria Mattel, cujos protagonistas são os seus personagens de desenho animado. E isso acontece porque, entre outras coisas, há o cuidado mencionado por John Lasseter.

Cabe lembrar que a personagem Branca de Neve inaugurou em 1937 do século passado a série de princesas Disney.

Duas voltas

O filme “A princesa e o sapo” marca também dois retornos significativos para a Disney neste momento de relançamento do cinema em terceira dimensão e com animação computadorizada ao extremo. Primeiro aos musicais com a trilha sonora feita pelo maestro Randy Newman vencedor do Oscar em 2002 com “Monstros S.A” e à chamada animação tradicional com cada quadro desenhado.


Os diretores de “A princesa e o sapo” são Ron Clements e John Musker os mesmos de “Aladim” e “A pequena sereia” e o filme é baseado no livro “A princesa enfeitiçada” de E.D.Baker que se passa em Nova Orleans em 1920.

A idéia e o início da produção do longa de animação “A princesa e o sapo” aconteceram antes do presidente Barack Obama se tornar candidato a candidato nas eleições primárias do partido Democrata dos Estados Unidos, evento que define quem será candidato à presidência da república naquele país. Outro ponto de marketing relevante sendo devidamente explorado pelos estúdios Disney.


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