As reações contrárias a adoção de políticas de ações afirmativas voltadas para a população negra no Brasil, visam proteger, essencialmente, interesses patrimoniais visíveis e invisíveis.
Estes grupos nada querem ceder ou têm cedido muito pouco. Não apenas aos negros, mas a todos os demais grupos historicamente discriminados. Porém eles sabem que a negociação, com variados graus, tem se imposto principalmente nos últimos 15 anos.
Alguns dos membros da classe dominante já compreenderam ser necessário agir caminhando no sentido de, cada vez mais, quem tem maior poder econômico ser o responsável em ceder na mesa de negociações diante de quem, historicamente, sempre cedeu e nada mais tem a oferecer. No entanto, outros integrantes dessa mesma classe dominante ainda não se conscientizaram e insistem em posturas próximas aos que no século XIX lutaram, até onde não mais puderam, pela manutenção do regime escravocrata, que a rigor foi muito bem organizado e por isso também durou o tempo que durou.
O que os negros e demais grupos sociais querem é aliar o exercício efetivo da cidadania ao desfrute dos benefícios econômicos obtidos pelo Brasil em suas relações comerciais e diplomáticas com o resto do mundo. No cotidiano, isto se expressa em ter o mínimo direito de saborear uns frangos assados e aquelas cervejinhas ou alguns refrigerantes nos fins de semana (pelo menos).
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