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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Baixa escolaridade atinge o dobro de jovens negros em relação aos brancos



A pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) denominada "Trabalho decente e juventude no Brasil" confirma mais uma vez dados bastante desfavoráveis aos negros em relação a brancos.

Segundo este estudo que teve como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 1992-2006, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 16% dos jovens negros tem baixa escolaridade enquanto ela atinge 7% a juventude branca.

No recorte por gênero, o grupo mulher negra continua com o pior desempenho ao ser comparado com os outros três (mulher branca, homem negro, homem branco). Cerca de 78% das jovens negras estão desempregadas e por isso atuam na informalidade, lembrando-se ainda que a grande maioria das empregadas domésticas (parte considerável ainda sem carteira de trabalho assinada) é composta por mulheres negras.

Este é o quadro e sobre ele atuam como forma de paliativo programas do tipo "Bolsa Família". Há 26 anos o então governador do estado do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, lançava junto com o antropólogo e escritor, Darcy Ribeiro, o programa do CIEP (Centro Integrado de Educação Pública), que também ficou conhecido como "Brizolão".

Na época e ainda hoje por alguns poucos, foi muito criticado e comparado como um programa eleitoreiro. O tempo foi passando e com ele vários dos outrora críticos fizeram as suas auto-críticas, incluindo diversos petistas (hoje no governo Lula, o mesmo do Bolsa Família) em especial os ligados à Igreja Católica (alguns dos que chamávamos de "coroinhas").

A fundamental diferença entre uma proposta e outra é que o CIEP de fato tinha (e ainda tem, é só reativar pra valer e acrescentar os devidos recortes de gênero e étnico-racial) a sua diretriz voltada não apenas para o "aqui e agora" mas para o futuro. Já o Bolsa Família atua no hoje e depende de outro programa para então alcançar o futuro. Esta é a realidade e sob ela infelizmente permanece a comunidade negra brasileira, mais especificamente a juventude.

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